domingo, 20 de abril de 2008

Existem pessoas pra quem preciso dizer perdão, pessoas que já magoei ou que ainda magôo. Viver faz isso, não é? Passar por cima do orgulho e dizer que, sim, eu era a errada da história. Nunca fiz uma lista para me lembrar das pessoas que magoei, nunca anotei o nome delas linha após linha e fui riscando ao cumprir meu dever de me desculpar, até mesmo porque imagino que esta lista seja imensa. Mesmo com apenas 16 anos de vida. Imagino que eu tenha magoado muito mais pessoas do que as que me lembro do nome agora, até porque por trás de alguns pequenos atos de pessoas à minha volta eu já me magôo, mesmo sem que elas percebam. Se isso acontece comigo, que dirá às pobres almas que têm a má sorte de estarem perto de mim quando estou naqueles dias em que sei fazer apenas duas coisas: chorar e xingar. E esse mau humor não acontece uma vez por mês como acontece com (quase) toda mulher, pode durar um mês inteiro ou então ficar meses sem aparecer. Queria dizer que agora, com humor e batimentos cardíacos estáveis, eu me arrependo pelos gritos com quem tentava me ajudar, por ter passado um ano quase inteiro dizendo mais palavrões do que distribuindo abraços (minha nova técnica e vício). Acho que essas pessoas que dizem não se arrepender de nada na verdade ainda não aprenderam que não vale a pena manter o orgulho, ainda não aprenderam com seus erros. Fui muito grossa com pessoas com quem realmente me importo e agradeço muito aos que insistiram em ficar junto de mim, mesmo sabendo do risco de eu querer descontar a minha raiva gratuita neles.
Penso que essa fase mulher-bomba (pronta pra estourar a qualquer momento) minha, de muitas reviravoltas emocionais, de humor tão instável quanto se pode imaginar, passou. Muito obrigada, hormônios, por terem finalmente começado a se acalmar. Mesmo que minha serotonina ainda não saiba muito bem o significado de estabilidade, eu agradeço.
Crescer dói, mas é inevitável. E não é só por ser inevitável que me acostumei à idéia, é porque eu sei que nunca vou ser daquelas adultas típicas. Sempre vou ter uns pensamentos meio sem noção me acompanhando pra me lembrar que, mesmo crescendo, eu sou a Laura. Sou a guria de cabelos enrolados que olhava pra cima e via no seu pai um super-herói de verdade, sou a pré-adolescente de cabelos volumosos vermelhos, sou a adolescente que via em cada menino uma oportunidade e sou a, ainda adolescente, que tenta aprender com os vários erros e acertos que já cometeu. O bom mesmo é olhar pra frente e ver um caminho imenso esperando por mim.

Um comentário:

Jordana, disse...

Escritas em fase de amadurecimento :)

.."sou a adolescente que via em cada menino uma oportunidade..."
eu sou assim hsuahsua.