segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Não consigo apagar aquela imagem da minha cabeça. Tenho certeza que se alguém passasse por lá não perceberia sua presença, mas eu a vi. Enquanto caminhava, voltando do colégio passei por muitos lugares, alguns cheios de gente vazia, outros vazios e tão completos. Quando faltavam só algumas quadras pra chegar em casa a vi sentada em uma lanchonete. Quando a percebi parei e, com a minha câmera imaginária, tirei uma foto pra guardar na memória e ilustrar aquele momento. Lá estava a garota de cabelos lisos mal cortados e xícara de cappuccino em cima da mesa, tão séria e calma lendo aquele livro por cima dos óculos. Parecia tão à vontade... Confesso que a invejei. Sempre quis saber como essas pessoas incomuns se sentem bem no meio dos outros, como elas podem se sentir confortáveis com tantas pessoas prontas pra julgá-las por não serem tão medíocres quanto eles. Ela parecia ter acabado de sair de algum filme da minha lista de favoritos. Mesmo não sendo nada de muito extraordinário me sinto estranha no meio dos normais, eles riem alto pra mostrar o tanto que a vida deles é maravilhosa quando na verdade não me parece nada atraente. No meu mundo eles é que são os estranhos, por que eles têm que ser todos tão iguais? Normal tinha que ser tentar ser você mesmo e não simplesmente aceitar ser igual ao resto do mundo.