domingo, 4 de maio de 2008

Aleatoriedades

Parte 1) Memória Seletiva?
Qual é a graça de ter uma memória que guarda cada mínimo detalhe de todos os momentos se só você vai lembrar de tudo? Sempre passa pela minha cabeça alguma lembrança e eu tenho vontade de perguntar pra alguém "Você se lembra disso?", mas depois de várias vezes perguntar e ouvir negativas como resposta eu quase não pergunto mais (não freqüentemente). Respondendo à minha pergunta, vejo certa graça em me lembrar dos detalhes. Escrevo sobre coisas reais e as pessoa envolvidas na história podem até ler mas não vão saber que a história toda aconteceu com elas, porque vai ter uma certa mágica que elas não perceberam enquanto viviam, a mágica dos detalhes. Às vezes sinto pena de pessoas que não conseguem ver nas nuvens toda a beleza que elas guardam, ou das que reclamam sempre do tempo ensolarado/chuvoso, ou das que só se lembram das coisas superficialmente. Claro, eu perdôo as que não estavam em seu estado sóbrio.
Se detalhes fossem só detalhes a vida seria compacta demais, seria quadrada e com linhas retas. O que seria de uma viagem de horas sem as curvas da estrada? Talvez então eu tenha descoberto meu superpoder.

Parte 2) Saturday Night: At Home
Ontem parecia estar tudo bem, mas tinha algo diferente. Eu e uma amiga estávamos aqui em casa, locamos dois filmes (Memórias de uma Gueixa e Mais Estranho que a Ficção), compramos pipoca e fomos fazer brigadeiro, tudo exatamente como sempre é. Mas faltava aquela proximidade, onde estava a proximidade? Estávamos juntas há horas e não aconteceu nenhum abraço, isso é extremamente fora do comum no meu círculo de amizades. Enfim, conversamos sobre escola (qual outro assunto duas terceiro anistas teriam? passamos por cima das conversas comuns de adolescente, não haviam meninos e nem fofocas, só escola), fizemos piadinhas químicas sobre o brigadeiro, discutimos a diferença entre vaporização/evaporação/ebulição, falamos sobre faculdade (compre já o seu terceiro anista, ele já vem das lojas estressado e com uma frase decorada: "Oi, vai prestar pra quê?") e eu continuava mexendo o brigadeiro na panela e pensando em como as coisas mudam do segundo ano para o terceiro.
Fomos ver o filme na sala, escolhemos Mais Estranho que a Ficção. A panela de brigadeiro entre nós duas, o balde de pipoca em cima de um banco, junto com os nossos copos de Coca Zero (menos calorias pra se preocupar). O filme já estava acabando e tudo estava normal, muito normal, normal demais pra ser nós duas.
Mal sabia que ao tentar explicar pra ela uma teoria minha sobre estar no terceiro ano e a falta de tempo pra nos divertir iria nos fazer ficar sem fala, de tanto rir. Pronto, estávamos que nem deveria ter sido desde que chegamos em casa. Minhas teorias sempre são furadas, mas não era disso que ríamos, estávamos rindo de uma falha de comunicação. Como sempre a falha de comunicação chegou a tempo de salvar o dia e nos fez chorar de tanto rir.
E aqui quem fala é uma pessoa que quer passar no vestibular pra Comunicação Social, hein? Deus tenha piedade dos meios de comunicação com Laura por perto, amém.

Um comentário:

Jordana, disse...

Laura e suas escritas em amadurecimento.Laura que percebe os detalhes. Laura e sua falha de comunicação. Laura gayzinha que gosta de abraçar.

Peculiaridades e aleatoriedades que só a Laura tem. Gostei :D