quarta-feira, 5 de março de 2008

Dois pesos, uma balança*

É um choque sair da liberdade do Ensino Fundamental para a correria do Ensino Médio. No começo prevalece o encantamento com o novo mundo, ter mais responsabilidades é, até então, motivo de orgulho, é o que serve de base pra pensar que realmente se está “crescendo”. São poucos os que percebem a grande mudança logo no primeiro ano. Na medianidade que o segundo ano representa (não existe mais todo o encantamento, mas também não tem a pressão do último ano), os adolescentes acabam mudando o foco dos estudos para a pseudoliberdade que pensam ter, acabam dando mais importância para a vida social que para o colégio e o futuro. Sem saber o que querem e com medo do porvir chegam ao terceiro ano, o último ano, sendo obrigados a decidir de uma vez “o que querem ser quando crescer”. Na infância diziam que queriam ser jogadores de futebol, astronautas, bailarinas... Mas quantos mantêm seus sonhos originais? Quantos conseguem eleger o sonho como algo mais forte que o dinheiro?
Costumo dizer que o Vestibular é o bicho-papão dos adolescentes, é o que os amedronta antes de dormir. Não só quando finalmente colocam a cabeça no travesseiro, mas também o resto do dia. É quase impossível escapar, todos repetem essa palavra o dia inteiro, desde o primeiro dia do ano até o dia em que sair a lista dos aprovados. Nesse meio tempo todos querem saber para o que você vai prestar, e se responde algo como Filosofia ou Artes Cênicas parece dizer que está com alguma doença incurável ou em estado terminal, o que se vê no rosto das pessoas (que esperam Medicina ou Direito como resposta sempre) é uma expressão de dó, desgosto.
Qual o grande problema em seguir o que se gosta? Se algum adolescente sonha em mudar o mundo com suas ideologias que para os outros parecem ser utópicas, deixe-o tentar! Quem sabe não consegue e entra pra História. Se algum adolescente quer virar um bailarino profissional e viajar o mundo levando sua arte, deixe-o tentar alegrar o mundo todo com seu dom natural. Pode ser que os sonhos não se tornem realidade, mas deixe-os tentar. Talvez aconteça de não conseguirem chegar ao seu objetivo, mas pelo menos terão tentado.
Fazer o que se gosta pode ser o caminho certo. É mais fácil ser o melhor no que se gosta do que tentar se forçar a gostar do que se faz.


PS: Postarei minhas redações escolares e depois a nota que consegui e o comentário do avaliador. (Artigo de Opinião, Tema "Fazer o que quer ou o que dá dinheiro?)
* O título que deixei na redação que entreguei na escola foi "Decida-se: sonho ou dinheiro?" e só depois pensei nesse. Ainda bem que no Vestibular título não é obrigatório, sempre me dá trabalho!

2 comentários:

Laura R. disse...

COMENTÁRIOS DO AVALIADOR:
Laura, seu texto ficou muito bom, organizado e com um vocabulário rico. Parabéns! Continue dando sua contribuição pessoal a seus textos, mostrando toda sua maturidade.
NOTA: 98

Unknown disse...

muito você. quando eu tô lendo eu imagino vcê falando: ' deixa os guri faze o que eles quiserem porra*grita com a voz da rox e comerça a rir igual a rox*'.

você é foda. sua redação ficou mosntruosa(redação godzilla. Q). dava dez fácil!